um acaso as mesas estarem viradas uma para a outra. isso e uma qualquer situação engraçada com alheios que provocou a troca de risos. um acaso os lugares vagos perto da piscina serem aqueles. isso e uma entrada comum para a água morna. depois uns óculos esquecidos deram o mote. esses não sabe se um acaso. guardou-os. a pensar na ínfima possibilidade de se voltarem a cruzar com tanta gente ali. olhou para cima. as nuvens atrevidas tapavam o sol. agoiro de dia nublado. riu-se e apostou. se o vento ganhar eles voltam. o vento vai ganhar. assim foi. umas horas andaram para a frente. sol à mostra. quente. deles nem sinal. tirou os óculos do saco. ficaram perto da toalha. mais tarde deixá-los-ia nos perdidos e achados. deve haver. há sempre. de coisas claro está. quem escreveu pessoas? deixou-se embalar pelo cheiro para dormitar. que simpatia. sonho ou realidade. outra vez. que simpatia tê-los guardado. ora essa. espanhol a falar inglês? não. italiano a falar inglês. eu não falo italiano. eu também não falo português. inglês fica sempre bem. como o vestido preto. nunca compromete. óculos devolvidos. voltou ao seu sol. instantes. gostaria de se juntar a nós para jantar? sim. com muito gosto. obrigada. com direito a negociar horas. era esperar que passassem três. pontualmente lá estavam. no sítio do costume onde não se haviam cruzado antes. por razões maiores. pensou. eu sou. estou. gosto. acho. também. eu também. só o tempo não parou. “much too short”. tinha que ser rápida a tomar uma decisão. regressava a casa no dia seguinte. ou ficava. olhou para ele à procura de um sinal. ficou assim definido o futuro. o da mulher que voou no dia seguinte. o da mulher que ficou. não falemos do dele. voou para casa com a mala carregada de e ses. nos dias após tentou esquecer. mas a cada noite de imaginação solta vinham cenários em catadupa. o telefone era verificado quase ao minuto. até que passou. tudo passa. vai ficar sem resposta ao que teria acontecido se tivesse olhado para a frente. isso e nada para contar para além do acaso de um dia. ela alterou a data de volta. amanheceu. passearam de barco. viram as tartarugas. brindaram ao pôr do sol com vinho velho. jantaram na praia. também passearam de mãos dadas. viram o que já tinham visto pela primeira vez. desta diferente. mergulharam até tarde. à superfície o beijo. despediram-se sem promessas. mas inundados de vontades de explorar aqueles óculos perdidos. uns óculos não se perdem para que uma borboleta não bata as asas num outro canto do mundo. ele pediu que ela escrevesse sobre o que teria acontecido. ela vai fazê-lo. na esperança de que ele siga as páginas que o levarão lá. onde? a meio caminho. onde acontece. ou não.