[o que é isto? isto é gigante! como não tenho wi-fi no quarto? só em zonas quê? preciso de um mapa?! estás tramada sem net. não posso. vou chamar o gerente. mapas não são o teu forte. pois não. vais-te perder. evidente. se não me perdesse é que estranhava. mas o que é que me deu para fazer esta viagem sem companhia? opção tua. recordas-te? mudei de opinião. chamo alguém. ou vou embora. não podes. relembro. opção consciente. respira. sê bem vinda a ti fora da tua zona de conforto. este é o choque inicial. o desconhecido a piscar-te o olho. oficialmente com receio. não é receio o que sentes. é desconforto. e tu quem és? sou a tua voz interior. e ficas comigo? a pergunta-desafio é se tu ficas comigo. como assim? verás. e este é o prólogo para o que se segue.] o dia dois foi melhor. todos os que compuseram a jornada seguiram a tendência crescente do positivo. muito mesmo. viajar solo é mesmo uma aventura para aprender. permiti que as minhas fragilidades não me definissem. optei antes por as aceitar. respeitar. simplifiquei. compreendi. que estar sozinho assusta porque nos obriga a ouvir o que nos vai cá dentro. um cocktail agridoce. há coisas que podem magoar. o que fazemos usualmente é tapar esta voz interior com ocupações várias. sem esses fait-divers não há escape ao confronto. necessário para arrumar gavetas. seguir em frente. prosseguir. que “a prima bonita do cabelo dourado e sorriso grande que veio sozinha” não se sentiu só. esteve consigo própria. e não é que lhe bastou? mar. sol. alegria. energia. luz reforçada. conheceu a maria. o elástico. o hylton. teve mesa preparada à hora do costume. a protecção de quem diz não quebrar. toalhas alinhadas na espreguiçadeira preferida. visita à ilha com gente da ilha. muitos mimos. sem moeda de troca. temos que nos bastar para a magia acontecer. que viver sem internet permanente. sem phones. sem tv é possível. olhar com olhos de ver. cheirar a terra. sentir o espaço. não são expressões de bolso. são sim verdades-possíveis. basta demorarmos-nos no que nos rodeia. pessoas. coisas. instantes. persistir em dar atenção. só. e nunca tinha visto e ouvido ou sentido acontecem mais que se possa imaginar. que sou uma afortunada. parei para um detox físico. para descansar. tive tão mais que isso. o luxo do tempo inteiro. sem o peso dos ponteiros do relógio. uma (re)conexão comigo mesma. com a minha tralha emocional. com o presente. é importante parar. mas o segredo está em estarmos  predispostos para. [já acabaste? guarda alguma coisa para outros posts. bem visto. podes escrever sobre como fintaste as investidas dos mais atrevidos. sobre como se foge de abelhas gigantes a dançar. ou sobre quando tentaste com afinco abrir a porta de um quarto alheio. até sobre o uso de repelente ao invés de protector solar. porque não? como digo. 1001 defeitos e a capacidade de me rir (muito) comigo própria.]