um (a)caso de Fé


um brinde a estes acasos que nos devolvem a (minha) verdade. tinha-te perdido. eu só eu. deixei de te sentir. de acreditar. de te procurar. a minha fé ficou adormecida. circunstâncias da vida. escolhas. prioridades. sem desculpas. mas às vezes temos que nos perder para nos deixarmos resgatar mais tarde. o que vão fazer hoje? preparar musicas para uma cerimónia de amanhã. são bem vindos se quiserem aparecer. vamos? fomos. sem saber bem ao quê. e de repente ali estávamos. entre caras desconhecidas mas calorosas. com brincadeiras e gargalhadas de adultos e crianças. no local sol e verde e água e quatro paredes quase comuns. quando as guitarras entoaram os primeiros acordes vieram as letras de outros tempos. “feel back”. senti-te de novo em mim. não me tinha apercebido do vazio que deixaste até então. ou sim mas não liguei. foi mais isso para ser honesta. houve um momento em que quase que senti a tua mão. estiveste lá. não foi? naquela cadeira vazia com um rasgo de luz a bater nas costas. e este acaso foi mais do que uma desordem natural. foi orquestrado por ti para mim. obrigada. por não teres desistido. por me teres conduzido hoje ali. mantemos o contacto, ok? a fé não morre. é tentada. há que a cuidar. para que não esmoreça.

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