futebol à nossa maneira

o meu filho está numa fase em que respira futebol. desde que acorda até que se deita. acho que se pudesse passava todo o dia com a bola. tenho de treinar para ser como o ronaldo. não é preciso tanto. mas tu é que dizes que temos de ser bons no que gostamos de fazer. lá vem a cartada final. argumento válido e eu arrastada para o campo mais próximo. vale-me a timidez ultrapassada e a facilidade de fazer amigos para ter com quem jogar. de nódoas negras com vestidos já reza a história. vale-lhe a forma simples e o sorriso aberto com que quebra o gelo inicial. hoje foram duas horas. deviam ser uns 15. dos 6 aos 16. duas nacionalidades. em comum férias da páscoa e tempo para ser feliz. eu nem o livro abri. note-se que sou uma leiga na matéria. mas juro que havia qualquer coisa de profissional na forma como estes miúdos se entregavam ao jogo. não só pelo que corriam. pelos passes mais ou menos artísticos. pelos golos. ou os frangos. mas pela cumplicidade quase instantânea que se estabeleceu. desconhecidos que sem hesitações faziam o jogo parar se qualquer um caía. palmadas nas costas quando menos bem resultava a tentativa. cumprimentos de grupo para celebrar remates certeiros. os mais velhos a olhar pelos mais novos. sentidos atentos à linguagem corporal para ultrapassar a barreira da língua. o tempo voou. combinado novo torneio para amanhã. já há novos nomes para mais uma aventura. desculpa ter-te feito esperar tanto tempo mamã. não tens de pedir desculpa. estava mesmo a gostar de ver. e expliquei porquê. o futebol tem também esta componente social agregadora. antes assim. tu também fizeste amigos. fazes sempre. ora pois. isto não é faz o que eu digo não faças o que eu faço. se é para jogares futebol eu participo. à minha maneira. 






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